sábado, 14 de mayo de 2011

Manifestação Zapatista




México: 20 mil zapatistas marcham

Segunda, 09 de maio de 2011
O guerrilheiro Exército Zapatista de Libertação Nacional (EZLN) concentrou em San Cristóbal de las Casas (Chiapas, sul do país) cerca de 20 mil indígenas com os rostos cobertos para se solidarizar com o poeta Javier Sicilia e sua marcha pela paz. Na mobilização, a maior protagonizada em uma década pelos zapatistas, esteve ausente seu líder, o subcomandante Marcos. Os indígenas, das etnias tsotsil, tseltal, chol e tojolabal, marcharam com roupas próprias de sua cultura.
Em silêncio, com cartazes e bandeiras do México e do EZLN, os indígenas – que não levavam armas – protagonizaram um comício. Um comandante zapatista que se identificou como David explicou que sua solidariedade com Sicilia nasce de uma luta comum pela vida. “Os governos dizem que a única estratégia boa é a que ensanguenta as ruas e os campos do México e destrói famílias, comunidades e o país inteiro”, acrescentou no que foi um pronunciamento crítico contra a guerra ao narcotráfico empreendida em dezembro de 2006 pelo presidente Felipe Calderón. “Por isso, hoje estamos aqui para simplesmente dizer a essas pessoas que em seu silêncio caminham que não estão sós, que escutamos a dor de seu silêncio (…), não estão sós!”, concluiu.
Durante a mudança de contingentes para San Cristóbal, um homem e uma menina morreram, por acidente de trânsito e complicações de saúde, respectivamente. A marcha de Sicilia chegou neste sábado à capital mexicana após dois dias e meio desde a vizinha cidade de Cuernavaca. No começo do domingo, as cerca de mil pessoas que a integram irão para a praça central da cidade para ler uma mensagem.
Sicilia, que perdeu seu filho assassinado pelo crime organizado, manifestou sua raiva contra a violência e a impunidade que percorrem o país, e que deixaram um saldo de perto de 40 mil mortos nos últimos quatro anos e meio. O poeta apelou a todos os setores do país para fazer um pacto que refunde o México e possa deter as mortes derivadas da guerra aberta entre os cartéis da droga. Sicilia conta com um amplo respaldo a sua postura crítica da atuação do governo, que adotou uma estratégia de militarização do país para enfrentar a delinquência organizada.

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